quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Alergia e Intolerância Alimentar

        
A Alergia Alimentar é uma reação adversa mediada por um mecanismo imunológico da imunoglobulina E (IgE); a reação ocorre consistentemente após consumo de um alimento específico e causa alterações funcionais em órgãos-alvo; hipersensibilidade alimentar medida por IgE. O sistema de defesa do organismo acredita que uma substância alimentar inofensiva para o organismo é perigosa. Assim, no instante em que o indivíduo ingere o alimento, o sistema de defesa começa a "bombardear" o corpo com substâncias químicas que causam vários sintomas de alergia (dor abdominal, vômito, diarréia, urticária, asma, tosse) e que podem afetar o sistema respiratório e digestivo, a pele ou o sistema cardiovascular.


Foi observado que o maior número de casos está presente na lactância seguida pela infância e pelos adultos.
Os alimentos freqüentemente envolvidos na alergia alimentar são os que possuem alto teor de proteína, principalmente os de origem vegetal e marinha. Entre os alimentos que apresentaram reações alergênicas encontram-se o milho, arroz, centeio, nozes, camarão, mariscos, peru, carne de porco e bovina, banana, abóbora e batata.


Os principais fatores relacionados à alergia alimentar são: hereditariedade, exposição ao alimento, permeabilidade gastrointestinal e fatores ambientais que podem acentuar os sintomas da alergia.

Na Intolerância Alimentar ocorre reações adversas que são ocasionadas pelos alimentos, mas que não envolve o sistema imune. A intolerância mais comum é a intolerância à lactose. Apesar de apresentarem causas distintas, os sintomas presentes na intolerância alimentar são os semelhantes ao da alergia alimentar.


Entre as substâncias que foram relacionadas com intolerância estão os conservantes, intensificadores de sabor, corantes, antioxidantes, ausência de enzimas.


Tratamento
A eliminação de alimentos é o próximo passo  no diagnóstico. Um registro alimentar é mantido durante a fase de eliminação. Este registro é usado para assegurar que todas as formas de alimentos suspeitos sejam eliminados da dieta. É também usado para avaliar a adequação nutricional da dieta. Se uma dieta limitada continuar por várias semanas, pode ser necessária a suplementação  com vitaminas ou minerais.  Uma dieta de eliminação deve ser personalizada, quando possível, para resultados mais precisos, eliminando apenas um ou dois alimentos suspeitos por vez em um período de duas semanas.


Alimentos que provocam reações alérgicas
Os alimentos alergénicos mais comuns são: maçãs, nozes, tomates, leite, ovos, espinafres, uvas, bananas, amendoins, cacau, mariscos, moluscos, soja, peixe e galinha.


Alimentos que provocam reações de intolerância
• Os alimentos que atuam diretamente nos mastócitos e provocam libertação de histamina são: chocolate, tomates, espinafres, morangos, ovos, peixe, mariscos, ananás e especiarias (canela).
• Os alimentos que contêm histamina e outros mediadores causadores de sintomas são: chocolate, tomates, espinafres, morangos, mariscos, ruibarbo, queijo, arenque, bananas, cavala, bacalhau, pimenta, nozes, vinho, couve fermentada e atum.


Além disso, muitos alimentos contêm corantes, aromatizantes, conservantes, etc., que podem também causar sintomas de intolerância alimentar. Os corantes são: E 102, E 107, E 110, E 122, E 123, E 124, E 128 e E 151. Os aromatizantes são: cinamato (canela), anetol (alcaçuz), baunilha, eugenol (cravinho) e mentol. Os conservantes são: E 210, E 219, E 200, E 203. Os antioxidantes são: E 311, E 320 e E 321. Os aromatizantes são: E 620, E 624, E 626, E 629, E 630 e E633.


Eczema atópico
O eczema atópico afeta crianças com uma história de alergias, incluindo a febre do feno e a asma, e foi relacionada com alergias alimentares. Algumas pessoas sugeriram que mulheres grávidas ou em amamentação devem mudar suas dietas para reduzir ou prevenir o risco de que seus filhos desenvolvam alergias alimentares. Mães de crianças com risco de desenvolverem eczema atópico (o tipo que é hereditário e que freqüentemente aparece junto com a asma) deveriam tentar evitar alimentos altamente alergênicos, como o leite e os produtos derivados, nozes, ovos e sementes de soja. Pode também valer a pena atrasar a introdução de cada um destes alimentos para as crianças até que estejam com oito meses de idade. O leite materno parece dar alguma proteção, mas ninguém sabe ao certo se o leite de vaca tem algum papel desencadeador de alergias.


Intolerância à Lactose
A intolerância à lactose é a intolerância a carboidrato mais comum e afeta as pessoas em todos os grupos etários. A intolerância à lactose é causada por uma deficiência de lactase, a enzima que digere o açúcar no leite. A lactose que não é hidrolisada em galactose e glicose permanece no intestino e atua osmoticamente para atrair a água para o intestino. As bactérias colônicas fermentam a lactose não digerida, gerando ácidos graxos de cadeia curta, dióxido de carbono e gás hidrogênio. O consumo de quantidades maiores que 12g (a quantidade tipicamente encontrada em 240ml de leite) pode resultar em inchaço, flatulência, cólicas e diarréia.


Tratamento
Não existe cura para a intolerância à lactose, mas é possível tratar os sintomas limitando, ou em alguns casos, evitando produtos com leite ou derivados. Muitas pessoas conseguem ingerir leite sem lactose e outros produtos com baixo teor de lactose sem sentir os sintomas da intolerância. Com o passar do tempo e uma adaptação aos hábitos alimentares, cada pessoa aprenderá sobre quais alimentos lácteos poderá ingerir sem sentir sintomas. Uma outra opção bastante comum é o uso de cápsulas de lactase, um suplemento alimentar que auxilia na digestão da lactose.

Uma das maiores preocupações para pessoas com intolerância à lactose é adotar uma dieta que suplemente os nutrientes encontrados no leite, principalmente o cálcio. Cerca de 70% do cálcio da alimentação humana vêm do leite e seus derivados. Por esta razão, é importante, na medida do possível, manter uma dieta com ingestão de pelo menos alguns produtos lácteos, mantendo uma quantidade que seja bem tolerada pelo organismo.


Indivíduos com intolerânia à lactose devem evitar:
* Leite de vaca, cabra e carneiro.
* Derivados de leite, como queijos e leite desnatado.
* Derivativos do leite freqüentemente usados na produção de alimentos, como a caseína e o soro de leite hidrolisado.
* Alimentos como cubinhos de caldo (de carne, por exemplo) e torradas, que freqüentemente contêm soro de leite.
* Medicações que usam derivados de leite para preenchimento.
Vários produtos e leites com lactose reduzida estão disponíveis comercialmente.


Bibliografia
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/16781
MAHAN, L.K;ESCOT, Stump; KRAUSE, S.Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. Editora: Roca, 10ª edição, 2002.
http://www.imunoalergologia.com
Fonte: Guia da Saúde Familiar  - revista ISTOÉ - Volume 16 - 03/2002
http://www.semlactose.com/index.php/sobre-intolerancia-lactose/

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