sábado, 19 de fevereiro de 2011

Obesidade

Denomina-se obesidade uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, associada a problemas de saúde, ou seja, que traz prejuízos à saúde do indivíduo.
            A obesidade é resultado de diversas interações, aspectos genéticos, ambientais e comportamentais. Filhos com ambos os pais obesos apresentam alto risco de obesidade, bem como determinadas mudanças sociais estimulam o aumento de peso em todo um grupo de pessoas. Recentemente, vem se acrescentando uma série de conhecimentos científicos referentes aos diversos mecanismos pelos quais se ganha peso, demonstrando que cada vez mais essa situação se associa, na maioria das vezes com diversos fatores.
            Pacientes obesos apresentam limitações de movimento, tendem a ser contaminados com fungos e outras infecções de pele em suas dobras de gordura, com diversas complicações, podendo ser algumas vezes graves. Além de sobrecarregarem a coluna e membros inferiores, apresentando a longo prazo degenerações (artroses) de articulações da coluna, quadril, joelhos e tornozelos, além de doença varicosa superficial e profunda (varizes) com úlceras de repetição e erisipela.
            A obesidade é fator de risco para uma série de doenças ou distúrbios que podem ser hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças cérebro-vasculares, diabetes mellitus tipo II, câncer, osteoartrite, coledocolitíase.
O tratamento da obesidade envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares.
            A utilização de medicamentos como auxiliares no tratamento do paciente obeso deve ser realizada com cuidado, não sendo em geral o aspecto mais importante das medidas empregadas. Devem ser preferidos também medicamentos de marca comercial conhecida. Cada medicamento específico, dependendo de sua composição farmacológica, apresenta diversos efeitos colaterais, alguns deles bastante graves, como arritmias cardíacas, surtos psicóticos e dependência química. Por essa razão devem ser utilizados apenas em situações especiais de acordo com o julgamento criterioso de um médico.
            No que se refere ao tratamento medicamentoso da obesidade, é importante salientar que o uso de uma série de substâncias não apresenta respaldo científico. Entre elas se incluem os diuréticos, os laxantes, os estimulantes, os sedativos e uma série de outros produtos freqüentemente recomendados como “fórmulas para emagrecimento”. Essa estratégia, além de perigosa, não traz benefícios a longo prazo, fazendo com que o paciente retorne ao peso anterior ou até ganhe mais peso do que o seu inicial.
            Uma dieta saudável deve ser sempre incentivada já na infância, evitando-se que crianças apresentem peso acima do normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na qual se incluem a atividade física, o lazer, os relacionamentos afetivos adequados e uma estrutura familiar organizada. No paciente que apresentava obesidade e obteve sucesso na perda de peso, o tratamento de manutenção deve incluir a permanência da atividade física e de uma alimentação saudável a longo prazo. Esses aspectos somente serão alcançados se estiverem acompanhados de uma mudança geral no estilo de vida do paciente.

Anfetaminas

            São produtos sintéticos, obtidos em laboratórios. Existem várias drogas anfetamínicas com efeito estimulante similar. Elas podem ser ingeridas na forma de comprimidos e também ser injetadas. A anfetamina é uma droga ilícita, mas alguns anfetamínicos são disponíveis no mercado para uso médico. 
            As drogas semelhantes à anfetamina são usadas com propósitos médicos em vários casos:
-  Para facilitar a perda de peso;
-  Para controle de doenças comportamentais de crianças (hiperatividade);
-  Para controle de sintomas de narcolepsia (alteração do sono – quando a pessoa dorme em qualquer local e hora do dia).
Muito mais freqüentemente são usadas com fins de abuso. Só podem ser receitadas por médicos.
São utilizadas, de forma não médica, à vezes:
-  Por desportistas, para suportar um maior esforço;
-  Por estudantes, para manter-se por maior período de tempo acordados;
- Por pessoas que utilizam álcool ou tranqüilizantes e desejam obter um efeito contrário aos mesmos.
           Nas doses usuais os derivados anfetamínicos aumentam o sentido de alerta e previnem a fadiga (cansaço). Outra razão para o uso abusivo é que elas causam euforia (um tipo de alegria), e aumento dos reflexos, o que dá a impressão para o indivíduo de que ele é mais sociável, mais falante e mais eficiente nas atividades físicas. Além disso, algumas vezes começam a ser usadas para diminuir o apetite e, quando a pessoa deseja parar de usar, não é capaz. Portanto, mantém o uso pela dependência.
            O abuso de anfetamínicos pode causar vários tipos de problemas. Muitos problemas relacionam-se com o fato de a pessoa ser incapaz de avaliar sua condição física e psicológica, quando sob ação da droga. Outras complicações são associadas com os efeitos das drogas, tais como:
- Irritabilidade, tensão ansiedade, tremor fino e perda de peso, com deficiência alimentar;
-  Problemas cardíacos, com aumento da pressão arterial e arritmias (coração bate em ritmos alterados);
-  Associadas com a administração da droga, como problemas de infecção no local de injeção ou, até mesmo generalizada (AIDS, hepatite);
-  Condições de emergência, tais como febre e convulsões ou psicose aguda pelo uso de doses muito altas.
            Sabe-se que o uso continuado destas drogas ocasiona necessidade de aumentar a dose para produzir efeito igual ao efeito obtido no início do uso (chama-se tolerância). Diversos sinais e sintomas aparecem quando usuários regulares suspendem o uso da droga, o que é indicativo de dependência. A retirada pode ser acompanhada de fadiga e sonolência ou depressão (com alto potencial suicida), já existente ou não. Esquizofrenia prévia pode ser ativada.
A retirada é o primeiro passo a ser tomado, porém a mesma deve ser realizada em um centro especializado, ou mesmo na própria residência, desde que existam cuidados médicos, pela síndrome da abstinência. A suspensão da droga compreende o início de tratamento que também precisa contar com a participação de psicoterapia, reuniões de grupos e ajuda de familiares.

Sibutramina

     Comercializada como Meridia ou Reductil, é um agente administrado oralmente para tratamento da obesidade. Sibutramina é um estimulante de ação central quimicamente relacionado à anfetamina, metanfetamina e fentermina. A sibutramina é bem absorvida pelo trato gastrintestinal (77%), mas passa por um metabolismo considerável que reduz sua biodisponibilidade.
      Sibutramina é inibidor de reabsorção de neurotransmissores que ajuda a elevar a saciedade ao inibir a reabsorção da serotonina em 73%), norepinefrina (em 54%) e dopamina (em 16%).
Sibutramina é contra-indicada em casos de:
-  Condições psiquiátricas como bulimia nervosa, anorexia nervosa, depressão forte, ou mania pré-existente;
-   Hipersensibilidade ao remédio;
-   Pacientes abaixo de 18 anos de idade;
-   Tratamento concomitante com inibidores da Monoamina Oxidase (MAO), antidepressivos ou outros remédios centralmente ativos;
-   Hipertensão não suficientemente controlada;
-   Hipertensão pulmonar;
-   Lesões existentes nas válvulas cardíacas, doença coronária, insuficiência cardíaca congestiva, arritmia séria e infarto do miocárdio anterior;
-   Infarto ou ataque isquêmico transiente;
-   Hipertiroidismo;
-   Glaucoma de ângulo fechado;
-   Problemas de ataque apoplético;
-   Alargamento da glândula da próstata com retenção urinária;
-   Feocromocitoma;
-   Mulheres grávidas ou lactantes.
           Os efeitos colaterais mais comuns são: boca seca, apetite paradoxalmente elevado, náusea, gosto estranho na boca, estômago irritado, constipação, problemas para dormir, tontura, dores menstruais, dor de cabeça, sonolência, dor nos músculos e articulações. Em alguns pacientes a sibutramina pode elevar a pressão sanguínea. Desta forma, todos tratados com sibutramina devem passar por monitoramento regular da pressão.
            Os efeitos colaterais a seguir são pouco comuns porém sérios, e requerem atenção médica imediata: arritmia cardíaca, parestesia, alterações mentais e no humor. Sintomas que requerem atenção médica urgente são: ataque apoplético, problema para urinar, dor no peito, hemiplegia, visão anormal, dispnéia e edema.

Orlistat

      Comercializado pela Roche com o nome de xenical, é um remédio para tratar a obesidade cuja principal função é prevenir a absorção de gorduras da dieta, desta forma reduzindo a quantidade de calorias absorvidas. Xenical é elaborado para uso em conjunto com uma dieta com redução de calorias supervisionada por um médico. 
      Orlistat funciona ao inibir a lípase pancreática, uma enzima que quebra os triglicerídeos no intestino. Sem essa enzima, os triglicerídeos da dieta não são absorvidos e são excretados sem serem digeridos. Apenas pequenas quantidades de Orlistat são absorvidas, sendo que a principal via de eliminação é pelas fezes. Na dose padrão de 120 mg três vezes por dia antes das refeições, xenical previne em torno de 30% da gordura da dieta de ser absorvida.
            A quantidade de perda de peso obtida pelo uso do xenical é variável.
Os principais efeitos colaterais do xenical estão relacionados ao trato gastrointestinal. Efeitos colaterais foram mais severos no primeiro ano de terapia. Já que o principal efeito do orlistat é prevenir a absorção da gordura na dieta, ela é excretada sem modificação nas fezes e desta forma a evacuação pode ficar oleosa ou solta. Aumento de flatulência também é comum. Movimentos dos intestinos podem ficar freqüentes e urgentes. Ocorrência rara de incontinência fecal foi vista nos testes clínicos. Para minimizar os efeitos colaterais, deve-se evitar alimentos com muita gordura. A absorção de vitaminas lipossolúveis é inibida pelo uso de orlistat. Comprimido multivitamínico contendo essas vitaminas (D, E, A, beta-caroteno), deve ser tomado uma vez ao dia, pelo menos 2 horas antes ou depois de tomar o xenical.
O xenical é contra-indicado nos casos de: mal-absorção, redução da função da vesícula biliar, gravidez ou aleitamento e certos problemas no rins.

Bibliografia



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